sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Palhaço sem graça

Poema contemplado com o 1° lugar no I concurso literário "São Miguel em prosa e verso".

Sorri, palhaço, sem graça;
Graceja, brinca, disfarça...
Mas, faz a praça sorrir!
Invoca o riso da massa,
Pois a dor vira fumaça
Quando se chora de rir.

Sorri, palhaço sem graça!
Atua; não faz pirraça;
Força um riso de gibi
Que a alegria nos abraça.
E o fim de toda a desgraça
Só depende disso aí.

Sorri, palhaço, sem Graça;
Se ela se foi, isso passa.
E a Graça, pelo que vi,
Confundia amor e farsa.
Depois, com essa mordaça,
Fracassas também aqui!

Sorri, palhaço sem graça!
Expondo tua carcaça,
Verás que essa gente ri.
Zomba do teu desabrigo,
E os que não rirem contigo,
Na certa, rirão de ti!

(Luciano Dionísio)

"Deslizar na imensidade e beber toda a liberdade e a leveza mais completa; assim, ao léu, ganhar o céu com nossas asas de poeta!"

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Soneto à minha mãe

À minha santa mãe, que é só bondade
E roga a Deus por mim na sua prece,
Bem como, de mãos postas, agradece
Por tudo que me dá felicidade.

Se algo me incomoda ou entristece
E a dor se instala em minha mocidade,
E quando sou escravo da saudade,
Decerto, minha mãe também padece.

Por ela, reuni meu sentimento
Aos versos na minh'alma submersos,
Visando a poesia mais completa.

Mas, vi que pra ter brilho nesse intento,
Não basta, tão somente, fazer versos...
Carece ter o dom de ser poeta!

(Luciano Dionísio)