sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Coração caminheiro

Poema contemplado com o 1° lugar no concurso literário de Valinhos-SP(2008)na categoria poesia adulto.

Meu coração caminheiro
Ganha e perde o mundo inteiro
Sem, contudo, se perder.
Borbulhando pelas fontes;
Contemplando os horizontes
(Distâncias a percorrer).

Meu coração andarilho,
Caminhando pelos trilhos,
Caatingas, canaviais...
Assobia um estribilho
Pelas fileiras de milho;
Pelos eucaliptais.

Coração de mil andanças
Recheadas de lembranças
Que não lembro de esquecer,
Desdobrando paisagens,
Mirando mares, miragens...
Imagens de nem se crer!

Meu coração viandante,
Visionário, viajante,
Viceja nas primaveras;
No aceno das folhagens,
No aroma das aragens,
Nas falenas amarelas.

Meu coração de menino
Rabiscando seu destino,
Tracejando suas metas;
Sem fronteiras nem idade,
Nas asas da liberdade,
Combustível dos poetas!

(Luciano Dionísio)

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Palhaço sem graça

Poema contemplado com o 1° lugar no I concurso literário "São Miguel em prosa e verso".

Sorri, palhaço, sem graça;
Graceja, brinca, disfarça...
Mas, faz a praça sorrir!
Invoca o riso da massa,
Pois a dor vira fumaça
Quando se chora de rir.

Sorri, palhaço sem graça!
Atua; não faz pirraça;
Força um riso de gibi
Que a alegria nos abraça.
E o fim de toda a desgraça
Só depende disso aí.

Sorri, palhaço, sem Graça;
Se ela se foi, isso passa.
E a Graça, pelo que vi,
Confundia amor e farsa.
Depois, com essa mordaça,
Fracassas também aqui!

Sorri, palhaço sem graça!
Expondo tua carcaça,
Verás que essa gente ri.
Zomba do teu desabrigo,
E os que não rirem contigo,
Na certa, rirão de ti!

(Luciano Dionísio)

"Deslizar na imensidade e beber toda a liberdade e a leveza mais completa; assim, ao léu, ganhar o céu com nossas asas de poeta!"

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Soneto à minha mãe

À minha santa mãe, que é só bondade
E roga a Deus por mim na sua prece,
Bem como, de mãos postas, agradece
Por tudo que me dá felicidade.

Se algo me incomoda ou entristece
E a dor se instala em minha mocidade,
E quando sou escravo da saudade,
Decerto, minha mãe também padece.

Por ela, reuni meu sentimento
Aos versos na minh'alma submersos,
Visando a poesia mais completa.

Mas, vi que pra ter brilho nesse intento,
Não basta, tão somente, fazer versos...
Carece ter o dom de ser poeta!

(Luciano Dionísio)